Tipos de espumantes: como saber o que servir no restaurante

Os tipos de espumantes variam dos mais secos aos mais doces, combinando com uma variedade enorme de pratos e comidas. Conhecer as características de cada um é fundamental para fazer uma boa harmonização. Veja detalhes!

Mão de uma pessoa enchendo taças de champanhe

Os espumantes – vinhos que têm mais concentração de gás carbônico e, por isso, soltam aquelas borbulhas e são usados para brindes quase que literalmente explosivos – recebem suas classificações de acordo com o nível de açúcar contido a cada litro deles e, assim, vão dos mais doces aos mais secos.

Eles são diferentes dos vinhos frisantes, menos gaseificados e com menor teor alcoólico também, e seus tipos mais famosos, como champagne ou prosecco, têm variedades que podem se encaixar em mais de uma classificação.

Para saber qual ou quais opções servir no seu restaurante, lembre-se de que cada espumante tem características únicas, e que é essencial entender tanto as nuances das bebidas quanto as preferências dos clientes.

Precisa de ajuda? Neste artigo, você descobre tudo sobre os tipos de espumantes disponíveis no mercado, aprende como diferenciá-los e como identificar as melhores opções para satisfazer os paladares seus fregueses. Boa leitura!

O que é um espumante?

Um espumante é um tipo de vinho conhecido por suas características efervescentes, ou seja, pela presença de bolhas de gás em sua composição. Essas bolhas são, tipicamente, o dióxido de carbono – naturalmente produzido durante o processo de fermentação do vinho – e, de acordo com especialistas, quanto menores e em maior quantidade elas aparecerem, melhor a bebida.

O gás presente nos espumantes, independentemente de qual tipo eles sejam, deixa a bebida com uma textura mais leve e refrescante em comparação aos chamados “vinhos tranquilos” – aqueles que não possuem efervescência.

E se engana quem pensa que espumante é tudo igual, como você já pode imaginar só pelo que leu até aqui! Aliás, nem champagne e espumante são exatamente a mesma coisa, viu?

Diferença entre champagne e espumante: a história por trás de tudo

O método mais famoso de produção de espumantes é “champenoise” ou “método tradicional”, criado na região de Champagne, na França. Nele, a segunda fermentação de um vinho que até então é um vinho tranquilo, ocorre na própria garrafa e assim surge, obviamente, o champagne.

Essa técnica faz com que as bolhas de gás, criadas durante a fermentação, permaneçam retidas na garrafa até que ela seja aberta e a bebida, considerada o melhor tipo de espumante do mundo por muita gente, só não leva esse nome – “espumante” – justamente por causa da região onde é feita.

E mais:

  • sua fabricação e distribuição seguem leis e regulamentos específicos; e
  • cada tipo de champagne só pode ser feito com uvas Chardonnay, Pinot Noir e/ou Pinot Meunier.

Outro método de fabricação de espumantes como um todo, diferente do método tradicional, é o conhecido como “Charmat”. Nele, a bebida é fermentada em autoclaves – uma espécie de panela de pressão gigante e absolutamente hermética – sempre produzidas em aço inoxidável.

De um jeito ou de outro, bebidas assim são frequentemente associadas a celebrações e ocasiões especiais devido à sua natureza festiva, mas também são apreciadas como vinhos de alta qualidade em diversos contextos gastronômicos.

Uma vez conhecendo a história do champagne, agora é interessante você compreender que cada região e variedade de uva podem conferir características distintas a um espumante, resultando em um amplo leque de sabores e estilos. Está servido(a)?

Quantos e quais são os tipos existentes de espumantes?

Existem cinco principais classificações de espumantes: nature, brut, seco (ou sec), demi-seco (ou demi-sec) e doce (doux). Na ordem, eles vão do com menor concentração de açúcar por litro ao maior e, portanto, do menos doce ao mais doce, e muitas marcas, hoje em dia, também oferecem seus intermediários, como o “extra-brut” e o “extra-dry” (ou extra seco).

Além desses tipos, também podem entrar na lista o champagne, o prosecco e o moscatel, que não são classificados da mesma forma porque, apesar de serem considerados tipos de espumante, recebem a chamada “Denominação de Origem Controlada” ou “D.O.C.”, ou seja, só levam o nome que têm quando são, de fato, fabricados em regiões específicas.

Assim como acontece com o queijo Canastra brasileiro!

Saiba também que existe a opção “rosé”, com sabores mais frutados e cor rosa, porque sua produção inclui a casca da uva, que dá cores e notas diferenciadas à bebida.

Champagne é espumante?

Sim e não! Ele vai sempre ser considerado champagne e não espumante por ser produzido na região de Champagne, na França, e, assim como seus similares, poderá ter mais de um nível de doçura.

O que é um espumante prosecco?

Prosecco pode ser um tipo de vinho ou de espumante. Ambos levam esse nome porque são feitos exclusivamente em duas regiões da Itália, a de Vêneto e a de Friuli-Venezia Giulia.

Assim como o champagne, suas quantidades de açúcar por litro variam, mas é comum que as pessoas gostem de degustá-los com peixes e frutos do mar ou com sobremesas mais leves.

O que é um champagne moscatel?

Um espumante (e não champagne!) moscatel segue a mesma linha de raciocínio do champagne e do Prosecco, mas vale para espumantes fabricados no Brasil, única e exclusivamente com uvas da família Moscato.

Fora tudo isso, cuidado para não confundir nomenclatura de tipo de espumante com nome de marca, como a famosa “Freixenet”.

Adiante, você degusta outros detalhes.

O que é um espumante Freixenet?

Antes de você explorar o universo vasto dos tipos de espumantes, você precisa saber que “Freixenet” não é um tipo da bebida propriamente dito, e sim uma marca espanhola que produz uma variedade de vinhos de alta qualidade, incluindo os “borbulhantes”.

A empresa foi fundada em 1861 na região da Catalunha, na Espanha, e ganhou o mundo pelos espumantes de altíssima qualidade, que vão desde os secos até os mais doces.

Agora, sim!

O que é um espumante do tipo “nature”?

Um espumante do tipo “nature”, também conhecido como “brut nature” em alguns lugares, tem como principal característica a ausência de açúcar em sua composição ou uma quantidade muito baixa dele.

Para fabricá-lo, é exigido das vinícolas um extremo cuidado na hora da fermentação, já que o produto final precisa ter, no máximo, três gramas de açúcar por litro para se enquadrar nessa categoria.

“E dá para servir espumante nature em um restaurante?” Dá, sim! Se você tiver, entre as opções de pratos no menu, ostras, sushi e sashimi, ceviche, queijos fortes e/ou carpaccio, por exemplo.

Espumante “brut”: o que significa?

Espumantes do tipo brut são aqueles que têm entre 8,1 g e 15 g de açúcar por litro, têm menor quantidade de “açúcar residual” – aquele que “sobra” na bebida final porque não é consumido pelas leveduras no processo de fermentação – contida nas garrafas e acabam ficando mais secos se comparados aos outros tipos de espumantes.

Basicamente, quando um espumante é considerado brut e, por consequência, seco, fica claro que ele não é um vinho doce. Seu sabor costuma ser mais nítido também, o que o torna muito apreciado por quem busca mais acidez e refrescância.

Um espumante brut pode ser servido para acompanhar aperitivos e pratos leves, como saladas e frutos do mar no geral, amêndoas e castanhas e queijos duros, como o parmesão, além de risotos.

O que é um espumante seco?

Os “sec” ou “seco” são todos aqueles espumantes que têm entre 15,1 g e 32 g de açúcar por litro e um sabor intermediário entre os mais secos e os doces. Eles vêm antes dos demi-séc ou demi-seco e ainda podem agradar quem não está buscando uma bebida que “gruda” na boca, desde que selecionados cautelosamente.

Vale tê-los como boa alternativa para quem quer começar a exercitar o paladar até conseguir degustar, com prazer, opções brut ou nature.

E um espumante seco cai bem com salmão grelhado, frango assado, saladas de folhas verdes, camarão e queijos macios, como o brie.

O que é um espumante demi-séc?

O termo demi-sec ou meio-seco refere-se a um espumante que possui um nível de doçura moderado, na faixa de 32,1 g a 50 g de açúcar por litro, portanto, a bebida que leva esse nome é mais doce do que bebidas sec, brut ou nature e similares.

Recomendação de consumo/serviço: receitas de comida tailandesa e outras culinárias que sejam, ao mesmo tempo, doces e picantes, pratos agridoces e sobremesas leves, como tortas de frutas.

Existe espumante doce? Com o que servir?

Além dos espumantes nature, brut, sec e demi-sec existem, ainda, os espumantes do tipo “doce”: aqueles com maior nível de açúcar contido por litro e também maior quantidade perceptível de açúcar residual nas garrafas.

Os espumantes doces, portanto, têm mais de 50 g de açúcar por litro.

Eles vão muito bem quando combinados com outras comidas doces, como bolos e mais sobremesas, chocolates, sorvetes e gelatos, tiramisu e frutas. Vale experimentá-los com queijos azuis também!

Qual o tipo de espumante mais doce?

Os vinhos espumantes da categoria “moscatel”, produzidos exclusivamente com uvas da família Moscato, são os preferidos por quem busca espumante doce de verdade. Isso porque eles costumam apresentar, pelo menos, 10 g de açúcar a mais por litro do que outras variedades do mesmo tipo: o equivalente a 60 g/L!

Não à toa, é impossível sequer fazer qualquer tipo de comparação entre moscatéis e bruts, por exemplo.

Qual a diferença entre espumante brut e moscatel?

A principal diferença entre os dois tipos de espumantes está na doçura, na uva utilizada para prepará-los e nos sabores resultantes: o brut é um dos mais secos, feito com uvas Pinot Noir, Chardonnay, Prosecco, Trebbiano além de outras mais, enquanto o moscatel é doce e aromático e leva exclusivamente uvas da família Moscato (ou Muscat).

Nos moscatéis, o destaque fica por conta de aromas florais e frutados, com notas de pêssego, laranja e flor de laranjeira. Nos espumantes brut, por sua vez, serão muito perceptíveis notas de nozes e brioches, parecidos com o champagne.

E o que é um espumante rosé?

Pode ser que você esteja procurando por ele dentre os diferentes tipos de espumante oferecidos por uma fornecedora e não o esteja achando porque talvez o rosé não fique junto com os outros na lista! Espumantes assim não são classificados pelo teor de açúcar, mas por sua coloração.

Rosé = rosada; rosa
 

A cor da bebida é obtida através da maceração das cascas das uvas tintas com o suco extraído dela (mosto) durante um curto período de tempo – normalmente, algumas horas – e, junto com a extração da cor, também acontece a dos aromas – frutados, muitas vezes, com notas de frutas vermelhas, cereja e similares.

E outras bebidas alcoólicas que levam uvas brancas, diferentemente dessas, não têm o líquido entrando em contato com a casca no processo de produção.

A harmonização de vinhos e espumantes rosé costuma ser feita com saladas leves, frutos do mar grelhados, salmão defumado, queijos de todos os tipos e canapés.

Quer saber como diferenciar os tipos de espumante? Você viu o que fazer no decorrer da leitura deste artigo! A diferença mais notável entre eles é a quantidade de açúcar que cada um pode ter, mas outras características merecem sua atenção. Elas foram listadas na tabela a seguir.

Como diferenciar tipos de espumante?
Tipo Quantidade de açúcar por litro (g/L) Características predominantes Harmonização recomendada
Nature Até 3 g/L Ácido, refrescante e intenso; alta cremosidade Ostras
Sushi
Sashimi
Carpaccio
Queijos fortes
Brut Até 12 g/L Ainda bastante ácido; deixa sensação de secura no paladar, mas não deixa de trazer sensação de refrescância Aperitivos
Saladas
Risotos
Frutos do mar
Castanhas
Amêndoas
Queijos duros
Sec De 15,1 a 32 g/L Doçura moderada perceptível no sabor; agradável de beber Salmão grelhado
Frango assado
Folhas verdes
Camarão
Queijos macios
Démi-sec De 32,1 a 50 g/L Doçura e acidez equilibradas; costumam ser leves e frutados, geralmente com aromas e sabores remetendo a frutas e flores amareladas Pratos agridoces
Pratos doces e picantes
Sobremesas leves (sem chocolate)
Doce Acima de 50 g/L Os mais doces dentre os tipos de espumante; sem acidez, menos refrescante Bolos e sobremesas com chocolate
Sorvetes e gelatos
Tiramisu
Frutas mais doces
Queijos azuis
Rosé Pode variar Coloração rosada, aromas e sabores que remetem às frutas vermelhas Canapés
Saladas leves
Frutos do mar grelhados
Salmão defumado
Queijos de todos os tipos
Moscatel
(D.O.C.)
Acima de 60 g/L Mais doce e com menor teor alcoólico se comparado a outros espumantes doces Mousses e bolos
Sorvetes mais doces
Biscoitos
Rabanada
Champagne
(D.O.C.)
Pode variar Aroma próximo ao de pães estilo brioche, amêndoas, nozes e similares; fermentação leve e coloração clara e límpida. Mais seco em comparação ao Prosecco Vai depender se o champagne é brut, seco, démi-sec ou outro tipo
Prosecco
(D.O.C.)
Pode variar Acidez marcante; sabores e aromas que remetem à frutas verdes. Bolhas mais suaves Queijos de todos os tipos
Embutidos
Peixe cru
Saladas
Frutos do mar
Massas
Risotos
Legumes salteados
 

A frescura e vivacidade dos espumantes realçam a complexidade de muitos pratos, tornando a experiência gastronômica ainda mais agradável e ressaltando também sabores delicados de cada preparo – aqueles que apaixonam.

E mesmo que os itens sejam vendidos via delivery, você pode cogitar sugerir harmonizações e ver no que dá!

Espumante combina com que tipo de comida?

É notável que os espumantes vão bem com quase todo o tipo de comida, desde aperitivos leves até refeições mais sofisticadas, mas principalmente aquelas que as pessoas costumam associar com leveza ou com menos extremos (nada muito doce ou muito amargo).

Esse tipo de bebida entra na lista de ótimos parceiros para frutos do mar porque tem uma acidez que se equilibra perfeitamente com os sabores de ostras, camarões, ceviche e lagosta, dentre outros.

Espumantes também podem ser apreciados com vários preparos incluindo carne branca de todos os tipos e fica a cargo dos menos secos a harmonização com sobremesas: demi-sec para sobremesas que não tenham chocolate e espumante doce para as mais açucaradas.

Enfim, sabendo do básico, deixe sua criatividade fluir e experimente outras combinações. Apenas leve em consideração, o tempo todo, que a ideia é que a bebida seja capaz de tornar ainda mais gostoso um sabor que já esteja presente na comida.

Quer ir além? Não deixe de conhecer também outro artigo publicado no blog Deliway sobre harmonização de todos os tipos de vinho e tin-tin, até a próxima!

E-Book grátis

15 ideias de embalagens para inovar no delivery

O que você achou do post?

0 Respostas

Deixe seu comentário